quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Para os que praticam a "loucura controlada".

Nenhuma ação humana é significativa diante do mundo.  Olhar nossas ações de uma perspectiva tão maior é atordoante.  O que poderia significar qualquer ato humano perante o universo?  Mas este é apenas um posicionamento, uma forma de perceber-se insignificante.  Afinal, diante do imensurável, somos menos que grão de poeira.  Diante do tempo de uma galáxia, somos menos que um sopro.  Isso deveria ser suficiente para que nossa auto-importância fosse abalada.  E deveria ser suficiente para nos dotar com um contentamento inacabável diante desse mundo!  Afinal, por outro lado, como é fantástico estar consciente dessa vida! Esse quase nada que, num quase instante...se percebe vivo. Se nada é importante, como é preciosa nossa consciência! O que poderia ser mais raro?  Pois trilhões de anos é algo comum.  Explosões fantásticas de estrelas.  Amontoados de poeiras formando galáxias.  Átomos formando corpos.  Até os deuses são algo comum.  Mas saber estar vivo, saber não passar de um detalhe insignificante na história, isto é raro.  Que sol pode olhar o mundo e dizer que amanhã pode não mais estar aqui? E mesmo o sol que saiba seu tempo ainda persistirá nos elementos que ele produziu.  E nós? Nada que sobre de nós tem consistência o suficiente para perdurar.  Só o que desaparece é verdadeiramente raro.  Nós, os raros, cuja vida e ações são absolutamente desimportantes.  O que faremos agora, que não perdurará?  O que diremos ao mundo que valha a pena ser ouvido?  Que tipo de contentamento ofereceremos a esta vida que ganhou consciência em nossos corações?  Eu não sei me responder.  Porém me sinto inusitadamente agradecido, grato.  Será isso que me toca, se inflama através de mim, o Amor?